segunda-feira, 2 de abril de 2012

“Terceira idade não é sinônimo de envelhecimento", alerta o médico


Nos últimos 50 anos aumentou a expectativa de vida da população mundial, e a estimativa é de que até 2.050 este número continue crescendo. Com isso, doenças degenerativas ou crônicas, como também podem ser chamadas, aumentam. Conforme Ricardo Koszuoski, médico do Residencial Praia dos Amores, local onde são narrados capítulos do livro “Uma história de Amor e Dor”, da empresária Sandra Oliveira Pinto, que trabalha em prol da terceira idade, a partir dos 60 anos, iniciam as doenças degenerativas.
Segundo o médico, 40% destas pessoas têm hipertensão, 60% artrose, 20% diabete e 5 a 10% possuem demências, sendo que nesta, 60% dos casos são de Alzheimer.  A perda da memória em curto prazo é o principal sintoma da doença, que de acordo com Koszuoski, é uma enfermidade neurodegenerativa, onde ocorre a morte de neurônios na região do hipocampo (área do cérebro responsável pela memória).
O avanço do Alzheimer compromete todo o cérebro, ou seja, todas as regiões do Sistema Nervoso Central, o que pode causar desorientação, alterações da linguagem e personalidade, bem como até mesmo afetar a capacidade de engolir e os movimentos do corpo. 
O médico alerta que para prevenir o Alzheimer é necessário se precaver das doenças cardiovasculares. “É necessário controlar a hipertensão, diabete, colesterol, evitar o fumo, álcool, sedentarismo e a obesidade, além de realizar atividades intelectuais e tratamento adequado para a depressão”, ressalta Koszuoski, enfatizando que 50% dos casos de Alzheimer são devido a estes fatores e outros 50% a fatores genéticos, do sexo feminino e de idade avançada.
Mas nem todos os idosos têm doenças. De cada cinco pessoas acima de 60 anos, uma não apresenta nenhuma enfermidade; uma pessoa apresenta mais de quatro doenças e três pessoas apresentam de uma a três doenças. 
Para o médico do residencial Praia dos Amores, “Terceira idade não é sinônimo de envelhecimento, mas sim de conquista de vida. A finalidade do nosso viver não é envelhecer, mas chegar aos 90/95 anos, ou mais, com a cabeça boa para decidir (autonomia) e o corpo com capacidade para executar (independência)”. Ainda segundo ele, a essência de quem trabalha na área da saúde é gostar de pessoas – ‘gostar de gente’. “É gratificante trabalhar com os idosos”. 
EXPERIÊNCIA PRÓPRIA
Sandra, autora do livro “Uma história de Amor e Dor”, que será lançado em julho, passou pelos problemas que envolvem o Alzheimer com o seu pai. “Ele teve um infarto e começou a apresentar algumas alterações cerebrais, que se agravaram. Meu pai chegou a se perder em alguns lugares e até atropelado foi”, conta a proprietária do residencial geriátrico Praia dos Amores.
De acordo com ela, é necessário ter paciência, tolerância, dedicação e amor para com o idoso que passa por essa doença. “É preciso tratá-los com respeito, solidariedade, e saber que às vezes ele vai te agredir, mas mesmo assim você tem que cuidar dele e saber que está doente”. 
Sandra também ressalta a importância de clínicas geriátricas para cuidar de pessoas com doenças senis, como o Alzheimer: “são excelentes opções para nossos idosos. Profissionais qualificados vão cuidar e tratar com amor deles”, finaliza.  

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